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Preços têm forte reação mesmo com aumento da produção

30-06-2009 |

O aumento de 0,87% na captação de leite de maio para junho não foi suficiente para frear o movimento de alta nos preços do produto, mesmo após a valorização de 7% em junho. Pelo contrário, desta vez, a alta foi ainda mais expressiva que a dos meses anteriores, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Nos sete estados (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) considerados para a “média nacional” do Cepea, o preço ponderado foi de R$ 0,7719/litro (bruto) no pagamento de julho (referente ao leite entregue em junho), alta de 9%, ou seis centavos por litro, frente ao mês anterior. Esse valor é semelhante, em termos nominais, ao de agosto de 2007, quando o leite era negociado a R$ 0,7654/litro.

Em junho, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea foi de 125,45. Apesar do ligeiro aumento de maio para junho, o volume de leite captado em junho ainda foi 4,91% inferior ao do mesmo mês do ano passado. Se comparado o primeiro semestre deste ano com igual período de 2008, a captação foi 6,5% menor – em abril, a diferença chegou a 7%. Em junho, é normal a produção aumentar, mas os baixos preços especialmente no último trimestre de 2008, quando seria produzida alimentação para este período de estiagem, poderia ter desestimulado o investimento.

O aumento no preço pago ao produtor também esteve atrelado às novas altas observadas para o leite UHT no mercado atacadista. Em junho, a média nacional do produto (considerando os estados de RS, PR, SP, MG e GO) apurada pelo Cepea foi de R$ 1,96/litro, elevação de 11% em relação à de maio. Especificamente no mercado atacadista do estado de São Paulo, o UHT foi negociado a R$ 2,13/litro, forte valorização de 11,6% no mesmo período. Nos demais estados da amostra do Cepea, também foram fortes os reajustes do derivado. Em Goiás, por exemplo, a elevação do UHT foi de 16,8%, com a média a R$ 1,88/litro em junho.

Os aumentos nos preços ajudam produtores a cobrir os custos mais elevados de produção neste período em que aumenta a quantidade de concentrado dado ao rebanho, tendo em vista a escassez de pastagens. Esse reforço à alimentação também explica o aumento da produção de leite em junho. No dia-a-dia, produtores se mantêm atentos à relação de troca de leite por concentrados. Se considerada uma mistura de milho e farelo de soja, no estado de São Paulo, a relação de troca atual é a mais favorável ao produtor desde setembro de 2007.

JULHO – Entre os estados pesquisados pelo Cepea, o maior aumento do leite de junho para julho foi verificado no Rio de Janeiro, com o litro ao produtor sendo reajustado em 15,22% ou em 10,5 centavos/litro. Já o menor aumento, de 1,5%, ou praticamente um centavo/litro, foi registrado na Bahia.

O leite negociado no estado de São Paulo valorizou 11%, ou pouco mais de 8 centavos/litro, com o valor médio a R$ 0,8189/litro. Em Minas Gerais, o preço médio teve um aumento de seis centavos, passando para R$ 0,7652/litro.

Para o próximo pagamento, 56% dos agentes consultados pelo Cepea (que captam 42% do volume de leite da amostra do Centro) apostam em estabilidade nos preços. Outros 27% dos colaboradores do Cepea (ou 39% do leite) acreditam em aumentos nas cotações no próximo pagamento. Já os 17% restantes dos agentes (19% do leite) acreditam em recuos nos preços.
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