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Diferenças entre boi orgânico e boi verde, segundo Dra. Maria do Carmo Arenales no site do planeta orgânico

18-11-2000 |

O “boi verde” e o “boi orgânico” carregam, na denominação, o mesmo objetivo: divulgar o gado brasileiro nos mercados interno e externo como um boi ecológico. Mas os métodos de manejo de ambos guardam grandes diferenças.

O boi criado em sistemas agroecológicos (chamados de “orgânicos”), como explica a veterinária Maria do Carmo Arenales, é aquele criado em pasto sem agrotóxico e sem adubação química, tratado com medicamentos homeopáticos. É um boi ecológicamente correto. “A adubação a pasto é feita com esterco dos próprios animais”, afirma. Quanto às doenças, prevalece o princípio da prevenção do aparecimento das mesmas e, quando há problemas, utiliza-se a homeopatia até para combater moscas e parasitas como vermes e carrapatos.
“Mas a vacinação contra aftosa é necessária, pois é obrigatória por lei.” O uso de sal mineral e inseminação artificial são permitidos, mas os antibióticos, proibidos.

Já o chamado “boi verde”, apesar de também valer-se da criação a pasto como nos sistemas agroecológicos, as semelhanças terminam aí. Uso de adubos sintéticos solúveis, de antibióticos e medicamentos alopáticos é permitido.
E a suplementação alimentar feita no confinamento se vale de plantas (milho, cana-de-açucar, por exemplo) originadas em sistemas convencionais de produção.
Veja, no quadro abaixo, as principais diferenças entre a obtenção dos chamados “boi verde” e do “boi orgânico”:

Boi “Orgânico”
Boi “Verde”

Criado a pasto, sem agrotóxico.
Criado a pasto sem agrotóxico.

Adubação verde.
Adubação verde e fertilizantes sintéticos no pasto.

É proibido usar uréia.
Uréia é permitida.

Confinamento somente 90 dias antes do abate.
Confinamento somente 90 dias antes do abate.

Suplementação com alimentos de origem exclusivamente vegetal, dos quais 80% orgânicos.
Suplementação com alimentos de origem exclusivamente vegetal.

Sal mineral.
Sal mineral.

Medicamentos homeopáticos, fitoterapia e acumpuntura contra parasitas.
Áreas de criação devem seguir normas ambientais.

Pode vacinar.
Pode-se usar medicamentos alopáticos contra parasitas.

Antibióticos são proibidos.
Recebe vacinação.

Transferências de embriões é proibida.
É permitida a transferência de embriões.

Área de criação deve estar de acordo com normas ambientais.
Recebe antibióticos, se necessário.

Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”, 01/11/2000.

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