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“Barbies Infelizes”

27-03-2008 |

No mundo de hoje, culotes, coxas grossas, sensação de barriguinha, peitos pequenos…viraram sinais de melancolia, desconforto, decepção.

Parecem problemas eternos para uma vida que só existe enquanto este corpo durar. Por isso essa busca incessante em atenuar a dor, normalmente psíquica, através de cirurgias plásticas, endermologia, mesoterapias, “fornos” para bronzeamento, artifícios para o cabelo, “cremes mil” para retardar o envelhecimento.

A Barbie seria uma boneca mimada, fora da realidade, que voa como a bailarina, leve como a pluma, beirando a estratosfera, no céu. Embora, do céu, volte para a terra ainda leve como a pluma, ela tem que tomar cuidado com a fragilidade do seu corpo, para não fraturar seus ossos, pois estes se tornaram osteoporóticos e sua musculatura esvaecida.

Tomara que elas “caiam por terra” sim, mas “caindo na real”, que elas se programem para evitar danos maiores para si mesmas, evitando assim, a chegada ao tão famigerado “fundo do poço”.

Com esse seu “nada” de gordura, depósito vital para o seu corpo como reserva, como proteção e essencial para a fertilidade, as “Barbies” andam por aí a contaminar a mídia, mesmo que este “estar em forma” cause um grande sofrimento psíquico e a lesão dos seus corpos.

É necessário rever a própria vida, pois o sofrer com a morte cotidiana das nossas células e a mudança progressiva dos nossos corpos , durante toda a nossa vida, é natural, real e essencial. Não podemos ser eternos, nem pueris (jovens) para sempre.

Temos que nos adaptar com as nossas gordurinhas normais que aumentam com o passar dos anos e darmos menos espaço a este “sofrimento Barbie”, que muitas vezes nos escraviza em tratamentos lesivos e nos leva à “melancolia”, tão comum dos dias de hoje.

Nosso corpo não é eterno e somos contaminados a cada minuto pela nossa sociedade, em “evolução rápida” e consumista, a nos atualizar e nos transformar, inclusive corporeamente. Isto nos causa uma constante insatisfação que devemos perceber e aprender a lidar e não só internalizar como uma carga negativa.

“Esbelteza” e beleza, não significa necessariamente dizer saúde. Temos que assumir nossas imperfeições e finitude sem nos descuidarmos dos nossos corpos. Podemos ter uma estética que nos seja agradável, porém saudável! Só assim podemos obter mais saúde!

 

Fonte: José O. Cervantes Loli

Médico Endocrinologista e Metabologista. Membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Membro da ABMP (associação Brasileira de Medicina Psicossomática-SP).

Clinica Cervantes
Fone (43) 3424-2344
www.clinicacervantes.med.br

 

 

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